ENTREVISTA AO BLOG ATELIÊ DOS EDUCADORES


Bem-vindos!

Aceitando o convite  do Ateliê de EducadoresAna Carla Nunes nos concede uma entrevista a respeito do Turismo Pedagógico, versando sobre conceito, importância para a educação, história desta possibilidade pedagógica, experiências de turismo pedagógico na história moderna e na Bahia contemporânea, seja por iniciativas de pesquisadores ou por meio de disciplinas oferecidas em ambientes acadêmicos. Ana Carla fala também do potencial turístico e pedagógico de Salvador e da Bahia, presente especialmente em todo o seu patrimônio cultural.



Por fim, para os que desejam aprofundar-se no tema, Ana Carla dá uma série de sugestões de leituras.

Ana Carla é turismóloga e pesquisadora sobre festas populares extintas na Bahia. Além disso é blogueira. Entre seus blogs o mais famoso é o http://www.festasdabahia.com/, por meio do qual ela nos conduz por momentos histórico da Bahia. 



Ateliê de Educadores: O que é turismo pedagógico?

Ana Carla: São atividades extra-classe, preferencialmente com foco multidisciplinar, em que existe a oportunidade de troca de conhecimento e de exploração pedagógica permitida por esta interação Turismo - Pedagogia, ministradas por um professor que analisa junto com a turma as diversas vivências numa abordagem interativa e lúdica, com foco no efetivo aprendizado dos estudantes.

Ateliê de educadores: Há experiências pioneiras na utilização do turismo com fins pedagógicos?

Ana Carla: Sim, se avaliarmos o histórico do Turismo, os Grands Tours, do século XVI, em que os filhos dos monarcas da época viajavam em busca de conhecimento, já eram atividades pensadas com esta proposta. 
Atualmente, com a influência de novas correntes sociais e ideológicas na escola, a disciplina Visitas Técnicas foi criada e ministrada geralmente por professores de Turismo. Em algumas instituições de ensino, por exemplo, inclusive nas graduações, esta disciplina é obrigatória, porque permite o diálogo e a vivência do que é aprendido em sala de aula de forma teórica com o conhecimento in loco, feito por meio de deslocamentos dos alunos até as construções patrimoniais. 
Em Salvador, profissionais como Carlos Henrique Cunha, Marinho e Adriana Melo, escrevem sobre o tema e empresas como a Peregrinos da Cultura e Cooptur, com iniciativas ainda tímidas, já criam roteiros com foco neste segmento do turismo.

Ateliê de educadores: Quais seriam as vantagens para esta atividade?

Ana Carla: Estas atividades ampliam o foco dos estudantes para determinados assuntos, permitem com que as escolas saiam do tradicionalismo e pensem em atividades lúdicas e interdisciplinares dentro dos projetos pedagógicos. Mas, sobretudo, além de ser uma atividade que pode ser aplicada em qualquer grau de escolaridade, possibilita uma produção de conhecimento mais efetiva, além da união de teoria e prática, de forma bastante intrínseca, gerando resultados positivos em todo processo de avaliação e aprendizado.

Ateliê de educadores: Que espaços em Salvador poderiam ser ricos para o desenvolvimento desta atividade?

Ana Carla: Aqui em Salvador, se quiséssemos utilizar essa prática pedagógica em disciplinas como, por exemplo, Ciências Sociais, poderíamos pensar em visitas ao Centro Histórico da Cidade. Um outro roteiro bastante trabalhado é a visita a museus que por si só contam a história da formação cultural, étnica, social e religiosa da cidade.

Os Bairros Históricos como o Santo Antonio Além do Carmo são pouco explorados ainda, mas estes, vale lembrar, são responsáveis, inclusive, por manter em seus patrimônios e casarões parte da memória da cidade de Salvador preservada. 

Além disso, temos os Fortes, os equipamentos Culturais e Turísticos como, por exemplo, o Mercado Modelo. Fora de Salvador, os Engenhos do Recôncavo Baiano, o Projeto Tamar do Ibama, a Reserva de Sapiranga e outros tantos locais que podem ser bem explorados pedagogicamente e trabalhados em consonância com as ementas dos cursos e disciplinas. Se pensarmos que Salvador foi fundada em 1549 e parte deste passado resiste, esta historicidade seguramente permite roteiros que contemplem informações relevantes e novos conhecimentos; provocações e questionamentos para serem discutidos e mediados pelo professor na atividade proposta e em sala de aula.

Ateliê de educadores: Que profissionais estão habilitados para promover o turismo pedagógico? É possível experiência interdisciplinares?

Ana Carla: O interessante é que um professor que entenda da parte burocrática de elaboração de roteiros pedagógicos, possa mediar estas visitas, juntamente, claro, com os demais professores da turma ou curso, para que a exploração pedagógica da atividade seja trabalhada de forma plena. 

Já comprovamos que esta junção de Turismo e Pedagogia permite um trabalho interdisciplinar consistente. A dica que fica é que esta atividade seja pensada em grupo e que, sobretudo, tenha um foco específico voltado às disciplinas envolvidas que, sem sombra de dúvidas, até pelo seu caráter dinâmico e inovador, é possível de acontecer nestas atividades.

http://atelierdeducadores.blogspot.com.br/p/dialogos.html

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